domingo, 17 de fevereiro de 2013

Criança hospitalizada necessita... (Dicas aos pais)

1) DA PRESENÇA DA MÃE: 

Neste momento de crise, determinado pela doença e hospitalização, a criança necessita, basicamente, de apoio e amor materno. A ausência da mãe, ou da família, leva a criança a sentir-se abandonada. Várias são as conseqüências: 

• ansiedade / angústia; 
• insegurança; 
• agressividade; 
• transtornos emocionais; 
• transtornos do sono; 
• transtornos da linguagem; 
• perda de peso; 
• depressão; 
• regressão; 
• atraso no desenvolvimento. 

2) INFORMAÇÕES SOBRE A DOENÇA E AS RAZÕES DA HOSPITALIZAÇÃO: 

O ambiente hospitalar é sentido pela criança como uma situação nova e, portanto, desconhecida. Ela sente que há alguma coisa diferente ocorrendo mas nada lhe é informado. Cabe aos pais se informarem com o médico e passarem todas as informações necessárias aos filhos sobre: 

• a doença; 
• os exames; 
• a alimentação que passarão a ter; 
• as roupas que deverão usar; 
• os horários que deverão seguir; 
• as pessoas que cuidarão de sua saúde: médicos, enfermeiras, técnicas e auxiliares. 
Quando há omissão de verdade, não esclarecendo determinados procedimentos utilizados, não estamos protegendo as crianças mas sim, deixando-as mais ansiosas, angustiadas e nervosas; dificultando assim, sua recuperação. 

3) AMBIENTE CRIATIVO: 

O primeiro aspecto que envolve a criança hospitalizada relaciona-se ao ambiente onde esta se encontra. Para ela é estranho e desconhecido objetos da pediatria, como eletrocardiógrafo, equipo de soro, aparelho de RAIO-X, respiradores, etc. e que agora começam a fazer parte de sua vida. O efeito do ambiente depende da criatividade dos pais. Através de desenhos pendurados nas paredes, objetos familiares, brinquedos prediletos pode-se diminuir as tensões emocionais provocadas pelo desconhecido. Mas antes de se tomar qualquer iniciativa, deve-se pedir autorização da equipe de saúde da pediatria, pois qualquer objeto levado ao quarto da criança tem-se o risco de contaminação e também a impossibilidade de se responsabilizar pelos mesmos. 

4) O MÍNIMO DE RUÍDOS: 

Sabemos que em uma pediatria é impossível evitar o choro, gritos e barulho, inclusive de equipamentos. Mas pode-se amenizar a tensão da criança com relação aos ruídos com a simples distração das mesmas. Sabemos que existem alterações importantes na freqüência cardíaca, ritmo de sono, etc, relacionadas diretamente com os ruídos do ambiente. Por isso, procura-se evitar ao máximo os barulhos desnecessários para prevenir problemas orgânicos e/ou emocionais. 

5) RECREAÇÃO: 

A recreação é necessária para que a criança continue a exercer suas habilidades, como focalização de olhar, coordenação dos movimentos, desenvolvimento das sensibilidades táteis e sensoriais, para que possa expressar-se e interagir com o meio que a cerca. A recreação apresenta ainda uma importante contribuição para a diminuição do estado de ansiedade e angústia. Deve-se ter o cuidado de a televisão não ocupar, na medida do possível, o papel da recreação, mantendo-a desta forma ligada somente nos horários de programas infantis. 

6) VISITAS: 

As crianças que permanecem internadas sem a presença constante da mãe ou do pai, devem receber visitas diárias, de acordo com os horários estabelecidos pelo hospital. As crianças que recebem visitas diárias enquanto estão internadas mostram-se mais seguras e confiantes. 

7) APOIO PSICOLÓGICO: 

A atuação do psicólogo junto às crianças hospitalizadas, objetiva fundamentalmente a diminuição do sofrimento inerente ao processo do adoecer e hospitalização. O psicólogo atua no sentido de fazer com que a hospitalização e a situação de doença sejam melhor compreendidas pela criança e sua família, bem como a evitar situações difíceis e traumáticas. “Brincando” e “conversando” com o psicólogo, as crianças expressam seus medos, dúvidas, angústias, aliviando assim seu sofrimento, caminhando para uma recuperação mais rápida. 

8) HIGIENIZAÇÃO

BANHO


Diariamente deve-se dar banho na criança hospitalizada. O banho é indispensável à saúde, pois proporciona bem estar, estimula a circulação sanguínea e protege a pele contra diversas doenças. 

Antes de se dar banho na criança: 

• Pergunte a equipe de enfermagem sobre os cuidados com certas áreas do corpo em que a criança esteja recebendo tratamentos; 
• Lave as mãos; 
• Prenda os cabelos; 
• Verifique a ordem e as condições de higiene do local e de todo o material utilizado; 
• Verifique a temperatura da água; 
• Evite exposição da criança ao frio e corrente de ar. 

Em banhos de banheira: 

• Lave e desinfete a banheira; 
• Apoie a cabeça da criança em seu antebraço; 
• Vire a criança e lave toda a parte posterior do corpo. 

Em banhos de chuveiro: 

• Auxilie a criança no preparo do banho, a providenciar seus objetos de uso pessoal e a retirar suas roupas; 
• Certifique-se que o piso não seja escorregadio; 
• Supervisione o banho da criança em relação a limpeza de determinadas áreas do corpo. 

ESCOVAÇÃO DOS DENTES

A criança hospitalizada também necessita de cuidados com os dentes. 

Escove os dentes da criança pela manhã, após as refeições e antes de dormir. Traga a escova de casa, pois esta é de uso pessoal. 

ROUPAS

As roupas que as crianças hospitalizadas usam são do hospital, não havendo necessidade de trazê-las de casa. Mas deve-se trocá-las diariamente e encaminhá-las para lavagem evitando acúmulo de bactérias e vírus presentes no ar. 


ÀS VEZES É NECESSÁRIO:

1) FAZER RESTRIÇÃO DE MOVIMENTOS EM SEU FILHO. 


Ou seja, a imobilização do local em que será aplicado o tratamento (exemplo: braços ou pernas). 

É realizado na maioria das vezes em crianças pequenas, mas somente em casos de extrema necessidade. Já com as crianças maiores, uma boa orientação e informação do exame ou tratamento que será realizado, pode tranqüilizá-las e obter uma boa colaboração. 

A restrição de movimentos é feita com os seguintes objetivos: 

• facilitar a realização de exames e a aplicação de tratamentos; 
• proteger a criança contra acidentes devido a sua agitação; 
• evitar que a criança retire com as mãos: sondas, drenos, coletores e aplicações de soro; 
• evitar que a criança provoque lesões na área do tratamento. 

2) JEJUM. 

O jejum da criança varia de acordo com o tipo de cirurgia e pode ter duração de 08 horas ou mais. Como pode haver emergências no dia em que seu filho for realizar a cirurgia, deve-se compreender que não se respeitará o horário marcado. É necessário que os pais respeitem o jejum não dando alimentação e nem água para a criança, assim a cirurgia será o mais breve possível e não haverá complicações. 

PARA UMA BREVE RECUPERAÇÃO DE SEU FILHO: 

• NÃO leve qualquer tipo de alimento para ele, tais como: frutas, doces, biscoitos, refrigerantes, salgadinhos, pois para cada doença há uma dieta diferente; 

• NÃO faça qualquer tipo de cuidado com a criança sem antes consultar a equipe de enfermagem; 

• NÃO bata em seu filho se não quiser receber algum tipo de medicamento ou não quiser fazer certo tipo de exame. Uma boa orientação sobre a necessidade e importância dos mesmos para sua recuperação faz com que a criança aceite e colabore. 



Autoras:
Daniela Cruz Henriques (Psicologia) 
Fabiana Martins de Caíres (Psicologia) 


https://www.sbp.com.br/show_item2.cfm?id_categoria=89&id_detalhe=1131&tipo_detalhe=s

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